Presença de dentistas em UTI reduz complicações de saúde dos pacientes
 

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Presença de dentistas em UTI reduz complicações de saúde dos pacientes

20 / Março / 2024

No Dia Mundial da Saúde Bucal, especialista explica a importância de manter os cuidados odontológicos de pacientes em tratamento intensivo

A boca é a porta de entrada para microrganismos causadores de infecção que podem agravar, principalmente, o quadro de saúde de pacientes em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Para conscientizar sobre esses riscos e a contribuição dos cuidados odontológicos para o bem-estar das pessoas, o Dia Mundial da Saúde Bucal é celebrado em 20 de março.

Dentre os estudos que evidenciam a importância da assistência odontológica em ambiente hospitalar, a pesquisa do Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto, divulgada em 2022, observou os resultados do acompanhamento por cirurgiões-dentistas em UTI. Segundo o estudo com dados de 2019, houve uma diminuição de 21,4% da mortalidade de pacientes com cuidados bucais adequados em comparação aos outros. Além disso, o protocolo de higiene oral reduziu em cerca de 60% a presença de infecções respiratórias durante as internações. Consequentemente, a intervenção odontológica também mostrou impacto na duração do período na UTI, que pode ser reduzida em até 30% com os protocolos adequados, de acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO).

As vantagens que os cuidados apropriados com a saúde bucal oferecem a esses internados são explicadas por Jeniffer Zettermann, cirurgiã-dentista e coordenadora pedagógica do curso de Odontologia da UniRitter. “A intervenção odontológica pode  reduzir os casos de infecções hospitalares e contribuir para uma recuperação mais rápida do paciente”, salienta a professora, ao citar que os pacientes mais expostos a bactérias e doenças pela boca são os que necessitam de intubação prolongada e respiração assistida.

Com os benefícios odontológicos à saúde dos internados já comprovados, a Anvisa publicou a Resolução nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, na qual recomenda que a assistência odontológica deve ser garantida ao paciente de forma integrada ao tratamento. Por ser uma resolução, o documento não exige a presença de um cirurgião-dentista no hospital. “A classe odontológica pede há muito tempo essa inclusão do profissional legalmente habilitado em Odontologia para compor a equipe de saúde geral de UTI”, comenta Jeniffer, que considera essencial essa mudança.

Na tentativa de estabelecer essa obrigatoriedade, já tramitou na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2776/2008, que determinava a presença do dentista nas equipes multidisciplinares de UTIs. A proposta foi arquivada após ser vetada totalmente, em 2019. Entre os argumentos contrários à medida estava a análise de que a contratação obrigatória desses profissionais seria um gasto extra para as instituições de saúde. Entretanto, para a especialista, “haveria um benefício real para os pacientes internados contando com um cirurgião-dentista em ambiente hospitalar”.

Segundo a odontóloga, “uma rotina de higiene oral adequada pode prevenir doenças como pneumonia por aspiração associada à ventilação mecânica e infecções bucais, reduzindo assim complicações durante o tratamento intensivo”. A cirurgiã-dentista destaca que o método adequado para realizar o cuidado bucal frequente dos pacientes inclui a escovação dos dentes, limpeza da língua e bochechas, uso de enxaguantes bucais e lubrificação dos lábios para evitar ressecamento.

Essas etapas de higienização podem ser passadas pelos dentistas para profissionais de enfermagem e até acompanhantes dos internados, contribuindo para uma abordagem integrada e eficaz no cuidado do paciente. “Como alternativa à ausência de profissionais de odontologia nas UTIs, os cirurgiões-dentistas podem se tornar multiplicadores de prevenção e educação em cuidados dentro do ambiente hospitalar, estendendo essa educação também aos familiares dos internados, orientando cuidados pós-operatórios”, ressalta a profissional.

A coordenadora pedagógica do curso de Odontologia da UniRitter acredita que essa área de atuação odontológica deve crescer. Na etapa de graduação, os estudantes da instituição já têm contato com as práticas de higiene bucal em âmbito hospitalar. Segundo a professora, “o curso de Odontologia da UniRitter inclui conteúdos de Odontologia Hospitalar, principalmente, nas disciplinas de Saúde coletiva, que preparam os alunos para cuidar de pacientes na atenção terciária”.

Clínica Odontológica UniRitter

Além dos aprendizados específicos sobre a higiene oral de pacientes internados, os alunos do curso atendem à comunidade com práticas odontológicas desde a graduação. De acordo com a especialista, “o cuidado com a saúde bucal prévio à internação é de suma importância, nessa etapa do tratamento o dentista vai fazer uma adequação do meio bucal, reduzindo pontos de infecção ou retenção de placa”.

Para garantir os cuidados adequados e manter a qualidade da saúde bucal, em Porto Alegre, é possível ter acesso a consultas e procedimentos a preços simbólicos através da Clínica Escola de Odontologia da UniRitter, localizada no Campus Zona Sul. No local, são disponibilizados atendimento em diversas áreas: Odontopediatria, Dentística, Prótese, Periodontia, Cirurgia, Estomatologia, Endodontia, Ortodontia preventiva e Interceptativa, entre outros

Com a supervisão dos professores, estudantes do curso atendem crianças, jovens e adultos. Os agendamentos podem ser realizados pelos telefones (51) 3230-3351 e 4003-4951 (com WhatsApp).

Serviço de atendimento

Endereço: Rua Orfanotrófio, 555, Alto – Teresópolis, Porto Alegre – RS, 90840-440
Turno: manhã (segunda a sexta-feira) e noite (segunda a quinta-feira)
Whatsapp: (51) 4003-4951
Telefone: (51) 3230-3351