Atletas amadores imigrantes de 10 países diferentes protagonizaram uma celebração de diversidade cultural na copa dos refugiados e imigrantes neste domingo, 27 de novembro. O evento aconteceu no Sesc Campestre em Porto Alegre – RS e terminou com a seleção libanesa campeã pela segunda vez. A Copa é promovida pela organização África do Coração – Pelo Direito de Migrar (PDMIG) e tem como objetivo chamar a atenção para a causa migratória no Brasil e no Rio Grande do Sul.

Alunos de Jornalismo da UniRitter juntamente com estudantes de Relações Internacionais integrantes do Núcleo de Apoio e Assessoria a Refugiados e Imigrantes – Naari trabalharam como voluntários  para ajudar na realização da competição.

“Participar da Copa dos Refugiados e Migrantes se tratou de uma experiência que foi além da oportunidade de assistir a integração de diversas culturas por meio do esporte. Junto aos integrantes do NAARI, eu pude participar do processo de organização, capacitação, planejamento e execução do evento, me proporcionando uma experiência de trabalho em equipe, colaboração, compromisso e aprendizagem com os colegas e professores”, afirma a estudante do curso de Relações Internacionais, Carolina Moreno.

Entre as seleções presentes estavam Moçambique, Senegal, Haiti, Líbano, Venezuela, Palestina, Guiné Bissau, Peru, Angola e Chile. As seleções foram separadas em duas chaves. Os dois times melhores de cada grupo avançavam às semifinais.

Após marcar dois gols e se tornar o artilheiro da partida entre Guiné-Bissau x Chile, o camisa 9 bissau-guineense Mensah Bagio conversou com a reportagem sobre a oportunidade dos atletas serem protagonistas por um dia. “Queria agradecer a equipe que organizou, pois sem eles não haveria jogo”, afirma.

Os voluntários puderam apadrinhar equipes, auxiliar no suporte operacional do evento e torcer muito pelos times. Participaram cerca de 60 estudantes da UniRitter, principalmente de Relações Internacionais, Jornalismo, Psicologia, Recursos Humanos, Direito, Administração, Publicidade e Propaganda, Marketing Digital e Gastronomia.

A estudante Alexandra Teixeira, de Recursos Humanos, que foi uma das madrinhas da equipe vencedora, relatou que “Apadrinhar o Líbano nesse evento tão especial com toda certeza é uma das memórias mais lindas que vou levar da minha experiência como extensionista. Foi um dia em que vimos e sentimos a alegria da equipe de estar com os seus praticando um esporte que necessita de companheirismo e irmandade. Eu e as demais madrinhas torcemos para nossa equipe com todo coração e fôlego que tínhamos, do mesmo modo que torcemos pelo nosso país! Voltamos para casa com o coração cheio de euforia e com o dobro do amor que já tínhamos pela causa dos migrantes”, analisa.

A estudante Yasmin Guites, também do curso de Relações Internacionais, relatou que “Fazer parte de um evento como esse é extremamente gratificante, apadrinhar os jogadores da Angola foi uma experiência divertida e educativa. Ano que vem espero vê-los novamente na Copa”.

Já Sthefany Canez, estudante de Jornalismo, afirma “que desde o primeiro semestre ter a experiência de participar do NAARI foi muito enriquecedor, mas ao final do meu primeiro semestre comparecer como líder da comunicação na Copa dos Refugiados e Migrantes, é algo que torna a experiência ainda mais gratificante, pois além de agregar ao meu lado acadêmico, agregou ainda mais meu lado pessoal ao se colocar do lado de quem escuta as tantas histórias fantásticas e vê a vontade e a garra de representar seu país através do campo de futebol”.

O evento esportivo teve início em 2014, no estado de São Paulo, e em 2017 foi realizada a primeira edição em Porto Alegre. O NAARI participou das edições de 2018 e 2019, já em 2020 e 2021, em razão da pandemia de Covid-19, as edições foram interrompidas, retornado neste ano em oito estados brasileiros.

Para os professores coordenadores do NAARI, Naiane I. Cossul e Henrique Barros, do curso de Relações Internacionais, é muito gratificante participar da Copa, pois oportuniza uma aproximação com outros atores envolvidos na organização, como a PDMIG, a Prefeitura de Porto Alegre, a Fundação Pan-Americana pelo Desenvolvimento e a Organização Internacional para Migrações (OIM/ONU). Além disso permite uma experiência ímpar aos estudantes vinculados ao NAARI, ao passo que gera contato com culturas e línguas distintas, unindo-os através do futebol.

A final foi entre Líbano x Guiné Bissau e em partida truncada, as seleções empataram em 0 x 0 e o jogo foi para a disputa de shoot outs (saindo da metade do campo, cada jogador tinha cinco segundos para chegar até perto da goleira e arriscar o chute). Na quinta cobrança, o Líbano fez o gol e Mensah Bagio, da Guiné-Bissau, perdeu a cobrança dando o título pela segunda vez à seleção Libanesa.

Contribuíram com o texto: Professora Naiane Cossul e o aluno de jornalismo João Víctor Oliveira

 

Crédito: Eduarda Carvalho